terça-feira, 23 de agosto de 2022

 

📚📖🖊️ XXIII SEMANA FILOSÓFICA DO SMNSC📚📖🖊️

O Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, da Província Eclesiástica de Aracaju, promoverá entre os dias 22 e 25 de novembro, a XXIII Semana Filosófica com o tema: _*“ Cultura e filosofia no Nordeste: diálogos sobre nossa história, literatura e pensamentos”.*_
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O objetivo é dialogar, à luz do pensamento filosófico, sobre as realidades históricas, culturais e literárias da região Nordeste com auxílio de grandes filósofos e pensadores nordestinos a fim de valorizar os elementos de nossa identidade e raízes regionais.

A Semana Filosófica contará com _palestras, minicursos, mesas de comunicação e apresentações culturais._
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_Participe conosco!_😄🤝🏻

quinta-feira, 31 de março de 2022

XVII SEMANA TEOLÓGICA

 


O Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição irá promover, entre os dias 24 e 27 de maio, a XVII Semana Teológica com o tema: “O magistério do Papa Francisco e o Pacto Educativo Global: por um humanismo integral e solidário”.

O objetivo é refletir, a partir do auxílio da ciência teológica, a importância do Magistério do Papa Francisco para a vida eclesial e para o desenvolvimento humano, afim de aprofundar sobretudo a compreensão sobre o pacto educativo global e a proposta de um humanismo integral e solidário. Para tanto se estabelecerão diálogos com suas encíclicas, procurando, além disso, compreender as diversas frentes de reforma que o Papa vem empreendendo.

A Semana Teológica contará com palestras, minicursos, mesas de comunicação e apresentações culturais. Para se inscrever, basta acessar o link disponibilizado abaixo. Elas acontecerão através do SIGAA da UFS, de 26 de abril 14 de maio de 2022.

 

Link para inscrição: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/portal_cursos_eventos/login.jsf?aba=p-extensao

RETIRO ESPIRITUAL NO INÍCIO DO ANO FORMATIVO DE 2022.


RETIRO ESPIRITUAL 

Exultantes de alegria diante das graças promanadas do Altíssimo, iniciamos, aos quatorze dias do mês de fevereiro, as atividades do nosso Seminário Maior.

E para bem iniciarmos mais um ano formativo nos reunimos no Convento São Francisco de Assis em São Cristóvão-SE para o nosso Retiro Espiritual (14/2 a 17/2). 

Na oportunidade tivemos como tema deste nosso Retiro "O Caminho..." que foi pregado pelo Reverendíssimo Pe. Helelon Bezerra dos Anjos pároco da paróquia Santa Luzia em Aracaju-SE. 

Desde já, agradecemos ao bom Deus por todas as beneces a nós dispensadas, bem como, rogamos a Bem aventurada Virgem Maria que nos ajude a escutarmos a voz do Sumo Sacerdote Jesus Cristo para que testemunhemos a fidelidade à Verdade com as nossas vidas.

“O Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. (Santo Agostinho)







domingo, 1 de agosto de 2021

A ESPIRITUALIDADE DO PADRE DIOCESANO É A TEMÁTICA NORTEADORA DO RETIRO ESPIRITUAL 2021.2



Pe. Anderson Pina, pároco da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, Aracaju-SE.



      A comunidade do nosso Seminário Maior vivenciou o Retiro Espiritual que abre oficialmente o período do segundo semestre 2021.2. Realizado no espaço da Igreja e Convento de Santa Cruz, popularmente conhecido como Convento São Francisco, na cidade histórica de São Cristóvão-SE, seminaristas e formadores vivenciaram quatro dias intensos de oração, meditação e silêncio. 
        Na oportunidade tivemos como pregador o Pe. Anderson Pina, pároco da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus – Aracaju-SE e professor na área de Moral em nossa Casa. Tendo por norte a temática “A espiritualidade do padre diocesano”, os Exercícios Espirituais que abriram oficialmente o segundo semestre de 2021 foram marcados pela meditação assídua da Palavra de Deus, contando com o auxílio dos ensinamentos propostos no Diretório para o Ministério e a Vida do Presbítero. 
       Ademais, a celebração do Banquete Eucarístico, a Adoração ao Santíssimo Sacramento, os momentos mariano e penitencial, contribuíram para favorecer a mística de todo o retiro que com certeza favoreceu aos partícipes um renovado amor por Cristo, por sua Igreja e pela Santíssima Virgem. Esse sistema de tríplice amor (a Cristo, à Igreja e à Nossa Senhora) deve ser uma constante na vivência espiritual do presbítero diocesano, quanto mais crescer na prática dos três, mais será possuidor da riqueza a qual o povo anseia encontrar no sacerdote: Deus mesmo, manifestado de forma concreta na vida e testemunho do padre diocesano! 
        Rezemos para que nossos seminaristas e padres formadores vivenciem essa nova etapa formativa repletos das luzes do Divino Espirito se assemelhando cada vez mais a Cristo Bom Pastor.
            Nossa Senhora Rainha das Vocações, rogai por nós!

Da esquerda para direita:
Pe. Manoel Luiz: Diretor Espiritual
Pe. Carlos Henrique: Reitor
Pe. Anderson Pina: Pregador do Retiro Espiritual
Pe. Ronny Dennysson: Diretor Acadêmico 




 
Seminaristas da Arquidiocese de Aracaju-SE




Seminaristas da Diocese de Estância-SE




Seminaristas da Diocese de Propriá-SE



Seminaristas da Diocese de Palmeira dos Índios-AL


  
Seminarista Patrick da Diocese de Itabuna - BA





  
 

 


 


 



domingo, 29 de setembro de 2019

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e verdade” (Jo 1,14)


  Cristo, A Palavra Viva do Pai 


A “Palavra” foi feita para ser ouvida, proclamada e, consequentemente, vivida. Mas ela não é uma palavra qualquer, desprovida de significado e, portanto, sem reproduzir efeitos e ecos profundos no coração e na existência dos ouvintes. Referindo-nos à Palavra de Deus, enquanto atitude de comunicação e revelação divinas, toda a Sagrada Escritura, desde o Antigo ao Novo Testamento, manifesta essa “Palavra de Deus”, atravessando os séculos e se tornando, sempre de novo e com a mesma intensidade, uma força “viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e as intenções do coração. E não há criatura oculta à sua presença. Tudo está nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (Hb 4,12-13).

Embora no NT, expressões desse tipo plantam suas raízes em citações do AT, como no profeta Isaías: “De minha boca fez uma espada cortante, abrigou-me à sombra de sua mão; fez de mim seta afiada, escondeu-me na sua aljava” (Is 49,2). O profeta Jeremias, por sua vez, refere-se à “palavra” como “fogo” ou “fogo devorador”. Porventura, “não é a minha palavra como fogo? – Oráculo de Iahweh. E como martelo que arrebenta a rocha?” (Jr 23,29). E ainda: “Porque falastes esta palavra, eis que farei de minhas palavras fogo em tua boca e, desse povo, lenha que o fogo devorará” (Jr 5,14). Em outros termos, Deus está presente e operante na sua Palavra. Por isso é colocada em evidência uma outra vertente dessa palavra: ela é penetrante. Ela conhece tudo, até os segredos mais escondidos do coração. E é comparada à espada de dois gumes, que corta em todas as direções. Assim é a palavra de Deus. O mais absoluto segredo ou mistério humano está aberto diante dessa palavra. Portanto, ela pode ser o juiz mais justo e imparcial do que acontece na conduta e no coração. (Commento della Bibbia Liturgica).

Nesse contexto de “palavra operante”, encontramos, pois, a riqueza inesgotável do poder criativo que ela, não apenas representa, mas realiza, de fato, na possibilidade ilimitada dos eventos, arrancados da extraordinariedade da criação. Logo, é a palavra criadora de Deus que sai da “ociosidade” aparente para o esplendor progressivo de sua autorrevelação. Deus cria pelo poder de sua palavra. Inclusive, essa é uma das mais plausíveis concepções ou características bíblicas da palavra prenhe de eventos, de acontecimentos. E se a gente pensa no livro do Gênesis, e abre suas primeiras páginas e se depara com o “faça-se a luz” ou o “haja luz” – enquanto o desejo imperativo da palavra se torna evento, realidade –, o horizonte de nossa compreensão se dilata e abraça o universo inteiro, isto é, “o céu e a terra” que se estendem, de geração a geração, manifestando a glória de Deus, como reza o salmista: “Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos. O dia entrega a mensagem a outro dia, e a noite a faz conhecer a outra noite” (Sl 19,2-3). Segundo os estudiosos, a Lei e a natureza são duas manifestações incontestáveis da perfeição divina.

A Lei foi colocada por Deus para orientar o comportamento dos homens diante de sua presença. Eleito e constituído, o Povo de Israel se empenhará para fazer valer a profissão de fé que determina a sua crença no Deus único – “Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único Iahweh” (Dt 6,4) –, e que apresenta a divina solicitação à escuta de sua palavra: “Ouve, ó Israel, os estatutos e as normas que hoje proclamo aos vossos ouvidos” (Dt 5,1). Não obstante toda a infidelidade que sempre marcou a inquietação do homem, desobediente e perdido dentro de seu próprio espírito, Deus não trai a si mesmo, não se deixa vencer pelas investidas desleais ou traiçoeiras da obra-prima de suas criaturas. Por isso é que ele, por seu turno, não se cansará, jamais, de repetir o imperativo solene de seu eterno “Ouve, ó Israel”, que ecoará na consciência de seus filhos pelos séculos sem fim, ainda mais agora “na plenitude dos tempos” (Gl 4,4), quando o seu divino Filho se tornou, concretamente, a voz amorosa do Pai na vida espiritual dos cristãos, o novo Povo de Israel. De fato, todo o NT está sobejamente cheio de indicações que apontam a presença visível da Palavra do Pai que, tornando-se “carne”, habitou entre nós e se revestiu da nossa própria humanidade.

A tradição bíblica nos presenteou a palavra de Deus, relatando-nos os fatos históricos salvíficos que culminariam – como realmente aconteceu – na manifestação plena de Cristo, a palavra viva do Pai, o que São João sintetiza numa expressão, ricamente teológica, indicando a sua preexistência: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e verdade” (Jo 1,14). Mais do que se tornar próximo do homem, Deus mesmo se submeteu à nossa humanidade, assumindo-a de maneira radical, definitiva. O Cardeal Carlo Maria Martine resume a experiência humana de Jesus, Deus e homem, porquanto de fato ele é a palavra plena e definitiva. Ele é o homem perfeitamente realizado. Qualquer outra pessoa humana, qualquer outra palavra humana são verdadeiramente humanas em referimento a ele e a partir dele. O acontecimento histórico de Jesus, como palavra de Deus, como sinal humano de Deus, tão próximo de Deus a ser realmente idêntico a Deus, encontra o seu selo na Páscoa, quando a unidade real de Jesus com o Pai é manifestada de maneira suprema. Jesus se confia ao Pai numa obediência tão radical, que abraça, inclusive, a morte na cruz; e o Pai a tal ponto se une a Jesus de maneira a comunicar-lhe a vida gloriosa da ressurreição; e o Espírito Santo, que é o amoroso carimbo da unidade do Pai com o Filho, guia toda a vida de Jesus até à morte, age como princípio potente de ressurreição e pelo Cristo ressuscitado, no qual habita em plenitude, vem derramado sobre a Igreja e em todos os crentes. Portanto, a vida de Jesus, da encarnação até a efusão pascal do Espírito, é, de modo definitivo, palavra de Deus. Nela, Deus diz, propriamente, quem ele é: é comunhão de vida, é amor, é Trindade. E diz, também, quem ele quer ser para o homem: quer ser o Pai que ama, o aliado que acolhe e salva, o amigo que condivide até a morte a condição do homem, afim de tornar o homem participante de sua condição divina.

Tornando-se a palavra do Pai, é vontade Sua que todos escutemos o seu divino Filho, conforme sua teofania na transfiguração de Jesus: “Este é o meu Filho amado; ouvi-o” (Mc 9,7). Destarte, a palavra de Deus transmitida e anunciada num código de leis, torna-se a “Lei” por excelência. Assim, mais do que nos fazer “habitantes espirituais” da Palavra de Deus, como a temos na Bíblia Sagrada, devemos permitir que Cristo nos habite, plenamente, cumprindo em nós a sua obra redentora. Devemos nos abrir, de maneira total, ao encontro com ele; devemos baixar todas as comportas mentais, psicológicas, espirituais; devemos consentir que a claridade de sua luz invada o nosso coração, deixando-nos ser amados por ele. Cristo no meio de nós, Cristo em nós, é a “pátria espiritual” da palavra de Deus onde queremos viver a intensidade profunda de sua eficácia redentora. (Texto extraído do livro “Sem medo de ler a Palavra de Deus”, do Pe. Gilvan Rodrigues, ano 2012, p. 43-46). 



EM COMEMORAÇÃO AOS 25 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO, O SEMINÁRIO MAIOR NAS PESSOAS DE SEUS FORMADORES E SEMINARISTAS CONVIDAM A TODOS PARA PARTICIPAREM DE SEUS FESTEJOS, QUE ACONTECERÃO DE 30 À 7 DE OUTUBRO DE 2019


terça-feira, 6 de agosto de 2019

SEMINARISTAS RETORNAM ÀS SUAS ATIVIDADES NO SEMINÁRIO MAIOR DE ARACAJU COM RETIRO


Movidos pelo ardente chamado de Deus em suas vidas e dispostos a corresponderem a este convite, no último dia 29 de julho os seminaristas da Arquidiocese de Aracaju, bem como das dioceses de Propriá, Estância, Grajaú, Itabuna e Palmeira dos Índios, retomaram as atividades formativas no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição na Cidade de Aracaju- SE.

Como primeiro momento após o retorno foi celebrada a santa missa em ação de graças pelo retorno e bom êxito do semestre que segue. Ainda na noite do dia 29, os seminaristas dirigiram-se todos junto a formação ao convento São Francisco de Assis na cidade de São Cristóvão- SE, onde estiveram em retiro até a noite do dia 1° de agosto.
 O retiro se deu sob a condução e orientação do pe. Fábio de Jesus Almeida da Diocese de Estância, que mediante reflexões acerca do evangelho de São João 19,18 e do silêncio empreendido pelos padres do Deserto veio a favorecer ao já disposto ambiente da casa, um clima orante, permitindo aos seminaristas, agradáveis e profundos momentos de oração e contemplação.
A experiência de retiro, como bem define o próprio termo, é a possibilidade de se retirar das situações habituais e convencionais da vida. Reconduzido ou mesmo orientado pelo silêncio, a ação de retirar-se toma nova educação, ou forma, agora não é tão somente estar distante de algo, mas pedagogicamente se inteirar da presença silenciosa de Deus, de seus sinais em um espaço solitário.
       Vivendo a experiência da Santa Missa diária e da oração das horas que são tão próprias da vida seminarística e religiosa, durante o retiro aconteceram também adoração ao Santíssimo Sacramento, a celebração penitencial, além das partilhas e momentos comunitários.
            Verdadeiramente, um sublime e edificante momento de espiritualidade e maior intimidade com Deus que reafirma com sua Graça o ímpeto, a força e o vigor para retornarem às suas atividades formativas neste segundo semestre 2019.

Rezemos pelas vocações. Rezemos pelos nossos seminaristas. Deus vos abençoe!

sábado, 6 de abril de 2019

V DOMINGO DA QUARESMA




SANTO AGOSTINHO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA ( SÉC. V)


“TU O AMAS PORQUE É DOCE; TEME-O TAMBÉM PORQUE É RETO”

Só aquela mulher, e retirando-se todos o Senhor levantou os seus olhos e os fixou nela. Já ouviu a voz da justiça; ouçamos agora também a voz da mansidão. Quão apavorada deve ter ficado aquela mulher quando ouviu o Senhor dizer: Quem de vocês está sem pecado, que atire a primeira pedra! Mas eles se olhavam a si mesmos e, com sua fuga, confessaram-se réus, deixam aquela mulher sozinha com o seu grande pecado na presença daquele que não tinha pecado. E como ela o ouviu dizer: Aquele que está sem pecado, que atire a primeira pedra, temia ser castigada por aquele no qual não pode encontrar-se pecado algum. Contudo, o que tinha afastado de si aos seus inimigos com as palavras de justiça, fixa nela os olhos da misericórdia e lhe pergunta: Ninguém te condenou? Contesta ela: Ninguém, Senhor. E ele: Eu também não te condeno; eu mesmo, de quem talvez temeste ser castigada porque não encontraste em mim pecado algum. Eu também não te condeno.
Senhor, o que é isto? Tu favoreces aos pecadores? É claro que não é assim. Observe o que segue: Vai, e não tornes a pecar. O Senhor imediatamente deu a sentença de condenação, mas contra o pecado, não contra o homem. Pois, se ele fosse favorecedor dos pecados, lhe teria dito: Nem eu te condeno, vai e vive as tuas liberdades; podes estar bem segura de minha absolvição; eu mesmo, peques o que pecares, te livrarei de todas as penas, mesmo as do inferno e de seus verdugos. Não foi esta a sua sentença.
Não se fixem nisto aqueles que amam no Senhor a mansidão e temam a justiça; porque doce e reto é o Senhor. Tu o amas porque é doce; teme-o também porque é reto... Manso, magnânimo e misericordioso é o Senhor, mas também é o Senhor justo e veraz. Ele te dá tempo para a correção; porém tu amas mais a dilação do que emenda. Foste mau ontem? Sê bom hoje. Passastes o dia de hoje em pecado? Não sigas assim amanhã. Tu sempre esperando e se prometendo muitíssimo da misericórdia de Deus, como se aquele que te promete o perdão se te arrependes, te houvesse prometido também vida mais longa...

domingo, 31 de março de 2019

QUARTO DOMINGO DA QUARESMA

Meus queridos irmãos, estamos nos aproximando da Páscoa do Senhor e à medida que nos aproximamos do Mistério da nossa Redenção, o convite de conversão se torna cada vez mais profundo e inquietante.
Neste quarto Domingo da Quaresma, a Liturgia da Palavra nos propõe a meditação da parábola do filho pródigo. Todavia, gostaria de volver o olhar para o outro filho, o mais velho.
Ao observar sua postura no discorrer do texto sagrado, podemos nos perguntar: ele não estaria certo ao ficar “irritado” com a postura do seu bondoso pai? Certamente ele era um bom filho, obediente e exemplar. Numa lógica humana, certamente responderíamos que seria "injusta" a atitude do Pai em relação ao filho mais velho.
Porém, caríssimos, o Senhor nos convida a uma conversão total, é preciso dá um salto qualitativo em nossa Fé, adentrar mais profundamente no Coração de Jesus e compreender a lógica do Senhor, vejamos:
O filho mais velho, como já dito, era corretíssimo, fazia tudo muito bem, mas não foi capaz de entender a atitude de Amor do Pai. Por quê? Porque no seguimento de Jesus não podemos ser somente "os bonzinhos”, "os corretinhos", "os politicamente corretos", isto é pouco, e qualquer cidadão de bem faz isto de forma exemplar. Para entendermos o Coração do Pai amoroso, é preciso que, além de bons, sejamos santos, isto é, termos em nós a capacidade de amar, pois somente quem ama entende a atitude do Pai, e foi isso que faltou no filho mais velho. Se ele amasse de verdade entenderia, pois: "Somente o amor é capaz de assemelhar o enamorado ao amado" (São João da Cruz).


São Gregório Magno, Papa e doutor da Igreja (séc. VI)
Sermão sobre o filho pródigo
O filho pródigo recebeu o anel quando uniu a si, mediante a fé, a Igreja tirada da gentilidade”
Disse o Pai aos seus servos: Trazei depressa a primeira túnica para vestir meu filho. A primeira túnica é a veste abençoada da inocência, que nosso primeiro pai Adão recebeu, tendo criado com sabedoria pela mão de Deus, e depois a perdeu sendo enganado pelo demônio. E assim, após nossos primeiros pais terem pecado conheceram que estavam nus, mas e como pessoas que haviam perdido aquela glória da imortalidade, revestiram-se de peles de animais mortais. Pelos servos aos quais o Pai deu esta ordem, entendemos todos os santos pregadores: estes trouxeram a primeira veste, quando com sua doutrina não só converteram os homens, mas também mostraram claramente que, guardando a devida justiça em suas obras, seriam sublimados a tanta graça, que não seriam apenas cidadãos dos anjos, mas também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo.
E colocai um anel no seu dedo. Este é o costume que, com o anel, sejam seladas as coisas íntimas: e, assim, pelo anel podemos entender o selo da fé, com a qual se selam no coração dos fieis todas as coisas que da parte de Deus lhes são prometidas. Também é costume que a esposa confirme com um anel a fidelidade com seu esposo, e assim podemos entender por este anel a graça que Cristo nosso Redentor dá para a Igreja, sua Esposa. E diremos, então, que o filho pródigo recebeu o anel quando uniu a si, mediante a fé, a Igreja tirada da gentilidade.  Com razão se põe o anel na mão, pata mostrar que, com as obras, se confirmará a Fé, e com a fé as obras.
 E sandálias nos pés. Pelos sapatos entende-se o ofício da pregação, porque assim o afirma a Sagrada Escritura quando diz: quão formosos são os pés dos mensageiros da paz, e que pregam o bem; e glorioso apóstolo confirmado isto escrevendo de Éfeso diz: tende, irmãos, os pés calçados, e estai preparados para a pregação do santo Evangelho. Diremos, pois, que voltando o filho pródigo à misericórdia do Pai, adornam-lhe os pés e as mãos.  Adornam-lhe as mãos para ensinar a nós e a todos os fieis que vivamos com obras de justiça; e os pés para que, levando em consideração o exemplo dos santos, trabalhemos por caminhar ao céu.
Trazei um novilho gordo e matai-o. Por este novilho gordo entende-se o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor: porque na verdade, para a nossa alma, sua carne é de uma gordura e virtude espiritual de tão abundante graça, que se nos dispusermos a recebê-la, muitos nos confortará no caminho em que peregrinamos, pois ela só foi capaz de apagar os pecados do mundo inteiro. Mandou, pois, trazer o novilho e matar-lhe, na mesma ocasião em que ordenou que os mistérios de sua vida santíssima e de sua morte e paixão fossem publicados pelos santos apóstolos. Porque parece que este novilho santíssimo acabou de ser sacrificado para alguém, quando de novo volta a crer nele; e então é comido, quando é recebido sacramentalmente na alma limpa, quando se faz memória de sua paixão com alma limpa.
Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado. Deveis observar que disse “comamos”, falando em plural, por onde podemos entender que da carne santíssima deste novilho tão santo, não só come o filho que estava morto e reviveu, perdido e foi achado, mas também come o filho que estava morto e reviveu, perdido e foi achado, mas também comeu pai e os seus criados da casa. Nisto se vê que a nossa conversão e saúde é a alegria do Pai Celestial, e sua alegria é o perdão de nossos pecados. E este gozo não é só do Pai soberano, mas também do Filho e do Espírito Santo, porque a obra, a alegria e o amor da Santíssima Trindade é una.


Comentário:
Sem. Wesley
2º Ano de Teologia

sexta-feira, 22 de março de 2019

VIA-SACRA VOCACIONAL


TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA


Irmãos em Cristo, o Evangelho deste Domingo, é uma verdadeira chamada divina que Jesus Cristo nos faz para uma verdadeira conversão. O texto sagrado narrado por Lucas, é visivelmente dividido em duas partes distintas: na primeira parte, Jesus rememora alguns acontecimentos históricos ocorridos em Israel, a ordem de Pilatos em matar alguns judeus que possivelmente se revoltaram contra Roma, e um segundo fato histórico, é a queda da torre que ficava em torno da piscina de Siloé, que também matou alguns dos judeus. Ambas as tragédias foram compreendidas pelos sobreviventes, como castigo divino por seus pecados cometidos, apesar disso, a posição de Jesus é clara ao dizer que aqueles sobreviventes não eram menos pecadores que os demais que morreram. Todos precisam se converter!

No segundo momento, Jesus narra a parábola da figueira estéril, que há anos não dava nenhum fruto. O Senhor nesta perícope, mostra-se paciente em confiar que aguardando mais algum tempo, aquela figueira dê frutos. O tempo concedido é obra de sua bondade e paciência, porém este tempo é limitado, pois Ele não esperará indefinidamente pelos séculos afora. A figueira é representação de Israel, mas, é também, cada um de nós, filhos de Deus, figueiras irrigadas pelas águas batismais do Espírito de Santo, cujo agricultor é o próprio Pai Eterno. E de nós, Jesus espera sempre o nosso melhor fruto, o nosso coração e a nossa vida.  Para bem meditarmos este Evangelho que nos fala de conversão, Agostinho de Hipona nos recorda que a observância quaresmal passa pela vigilância, para que nos mantenhamos puros e irrepreensíveis.

                                


Santo Agostinho, Bispo e doutor da Igreja (sec. V) Sermão 205, 1
“Esta Cruz não é cruz somente de quarenta dias, mas de toda a vida”

Começamos hoje a observância quaresmal, novamente apresentada com rito solene, e nesta ocasião também a vós é necessária uma solene exortação de nossa parte, a fim de que a Palavra de Deus, apresentada por nosso homem interior, alimentado com o seu manjar especial, poderá completar a maceração do homem exterior, e suportá-lo com maior integridade. Pois é muito conveniente a nossa devoção que nos disponhamos a celebrar a paixão do Senhor crucificado que já está próxima, e façamos para nós mesmos a cruz da repressão dos prazeres carnais, como diz o apóstolo: Os que são de Jesus Cristo, crucificaram sua carne com suas paixões e concupiscências.

Desta cruz o cristão deve continuamente pender durante toda esta vida que percorre entre tentações. Este tempo não é de arrancar cravos, dos quais se fala no salmo: Transpassa minhas carnes e com os cravos de teu temor. As carnes são concupiscências carnais: os cravos, os preceitos da justiça: com estes cravos nos transpassa o temor de Deus, porque nos crucifica como vítima agradável a ele. Por isso, novamente nos diz o apóstolo: Exorto-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, a apresentar vossos corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus. É pois, aquela cruz da qual o servo de Deus não se envergonha; pelo contrário, gloria-se dela dizendo: Deus me livre de gloriar-me a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual está crucificado para mim e eu para o mundo.

Esta cruz não é uma cruz somente de quarenta dias, mas de toda a vida. Por isso, Moisés, Elias e o próprio Senhor jejuaram quarenta dias, para insinuar-nos em Moisés, Elias e no próprio Senhor, isto é na lei, nos profetas e no próprio Evangelho, que nós vamos proceder da mesma forma, para que não nos acomodemos nem nos apeguemos a este mundo, mas que crucifiquemos ao homem velho.
Vive sempre assim, ó Cristão! Se não queres que teus pés se afundem na lama, não baixes da cruz. E se temos de fazer isto durante toda a vida, muito mais durante estes dias da quaresma, nos quais não somente se vive, mas que também está simbolizada a vida presente.


Comentário:
Sem. Thiago Menezes Santos

2º Ano de Teologia.

domingo, 17 de março de 2019

Campanha da Fraternidade 2019


Por Dom Giovanni Crippa, IMC
Bispo da Diocese de Estância

No caminho de conversão quaresmal, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta a Campanha da Fraternidade (CF) como itinerário de libertação pessoal, comunitária e social.
Com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27), a CF 2019 tem como objetivo: “Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade”.
Falar de “Políticas Públicas” não é falar de “política” ou de “eleições”, mas significa se referir a um conjunto de ações e programas a serem implementadas pelos gestores públicos, com vistas a promover o bem comum, na perspectiva dos mais pobres da sociedade (Texto-base, nº 8). “Ela é a ação Estado, que busca garantir a segurança e a ordem, por meio da garantia dos direitos” (Texto-base, 20). A participação direta da sociedade na elaboração e implementação de Políticas Públicas está garantida na Constituição Federal de 1988 que prevê a participação popular em conselhos deliberativos que estão divididos em quatro áreas: criança e adolescente; saúde; assistência social e educação. Todos esses conselhos funcionam a nível sejam eles municipal, estadual e federal.
Essa participação é essencial no desenvolvimento das sociedades. “Nesse sentido é importante a presença da Igreja Católica, por meio do clero e dos leigos, na participação e na resolução dos problemas sociais e em todo processo de formulação das Políticas Públicas” (Texto-base, 27).
“A dificuldade de reconhecer Deus na pessoa humana e o medo em lidar com as ideologias políticas têm provocado o distanciamento das construções coletivas e, consequentemente, das relações pessoais e sociais. Por isso, o agir da Campanha da Fraternidade deste ano nos alerta para que essas dificuldades não sejam maiores do que as alegrias de viver a justiça e a prática da fraternidade” (Texto-base, 216).
O subsídio da Campanha da Fraternidade do RNE3, com os encontros em família, as celebrações da Semana Santa e da Via Sacra, é um instrumento importante para preparar-nos espiritual e comunitariamente para a celebração da Páscoa de Jesus e, ao mesmo tempo, sermos presença do Ressuscitado na promoção de Políticas Públicas que garantam os direitos fundamentais e promovam o desenvolvimento humano e social.
Convido a todos a viver este ‘tempo favorável’ como dom e oportunidade para uma vida renovada e coerente com o Evangelho.

Formação sobre a Campanha da Fraternidade no SMNSC


A campanha da fraternidade é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, que visa à conscientização dos fieis para a solidariedade cristã em relação a um problema real da sociedade, à Luz do Evangelho de Jesus Cristo e da Doutrina Social da Igreja, buscando meios eficazes para uma melhor comunhão fraterna. A campanha acontece anualmente no período do tempo da Quaresma, momento oportuno para uma conversão pessoal, mas também comunitária. Este ano o tema da campanha é: "Fraternidade e Políticas Públicas" e o lema "Serás libertado pelo direito e pela justiça." extraído do livro do profeta Isaias. 1, 27.
Para refletir acerca da temática da CF desse ano, o Pe. Adriano Andrade dos Santos, ex-aluno regresso de nossa Casa de Formação, e atual pároco da Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrat, Jardim Piabeta (Socorro-SE), na noite da última terça-feira 12/03/2019, ministrou nossa formação semanal aclarando os principais pontos formativos do texto base da Campanha desse ano.  Padre Adriano elucidou os objetivos da campanha, contextualizando-o  em nossa realidade, além de nos enriquecer com o seu inspirador testemunho de vida sacerdotal.